(Gna, 10 de janeiro de 2010)
Eu estava caindo do céu...
O vento parecia querer me cortar.
As nuvens transpassavam por mim
enquanto a terra se aproximava
eu era atraído por ela.
Eu era a maçã da lei.javascript:void(0)
De onde eu estava vindo?
Um anjo desceria do céu,
planando nas correntes quentes e frias
com suas imensas asas,
mas eu estava caindo sem asa alguma.
Teria eu sido expulso?
Acho que sim...
Quando nascemos somos expulsos do paraíso
e temos que construir outro aqui,
mas as provações nos são atiradas
e temos que nos esquivar.
Era noite, toda a escuridão me consumia
numa velocidade que era difícil descrever.
Longe, muito longe brilhava uma luz
e essa luz me cegava na medida da aproximação.
Até que atravessei a passagem,
o espaço entre as trevas e a luz
e num instante não podia mais abrir os olhos
e os sentidos antes vazios, agora exploravam.
Haviam milhares de sons e eu sentia dor...
Haviam milhares de odores que eu desconhecia.
Forçava abrir os olhos, mas doia
e semicerrados as cores explodiam
e tudo se transformavam do desfocado a nitidez
e o gosto era líquido branco, maternal.
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